quinta-feira, 13 de junho de 2013

CEO da Sony Computer Entertainment of America reconhece, contudo, que carga tributária nacional é desafio para empresa estabelecer 'preço acessível'

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"Nossa meta é oferecer o PlayStation 4 no Brasil pelo equivalente a 399 dólares, definido para os Estados Unidos", afirma Jack Tretton, CEO da Sony Computer Entertainment of America (SCEA). O executivo reconhece que será um desafio lidar com a alta carga tributária brasileira. A reportagem de VEJA encontrou o executivo logo após um evento da E3 voltado às operações da Sony na América Latina, onde mais de 1 milhão de aparelhos PlayStation 3 foram vendidos (por aqui, o console foi lançado em 2010). Na conversa a seguir, Tretton detalha recursos do PlayStation 4 e afirma que não teme a popularidade dos smartphones e tablets - rivais dos consoles.

Minha primeira pergunta é sobre o preço do PlayStation 4. Como a Sony definiu o valor do console nos Estados Unidos e quando teremos o preço do aparelho no Brasil? Sempre escutamos o consumidor e a comunidade de desenvolvedores. Nosso objetivo é oferecer um console a um preço acessível. Esse foi um grande desafio com o PlayStation 3 e estou muito confiante de que o preço de 399 dólares é um valor amigável. O preço no Brasil varia muito em razão dos impostos, mas faremos o mesmo que foi feito com o PS3. Nossa meta é oferecer no Brasil o PlayStation 4 pelo equivalente a 399 dólares.

Por que a Sony decidiu permitir aos usuários rodar games usados no PlayStation 4? Queremos que o consumidor seja feliz. Se ele estiver feliz, nós também ficaremos contentes. O consumidor quer flexibilidade em relação ao software. Ele quer ter a liberdade de fazer o que quiser com o seu jogo: vendê-lo para um varejista, trocá-lo por alguma outra coisa ou mesmo dar para um amigo. Esse mesmo mecanismo foi experimentado antes e funcionou muito bem no PlayStation, no PlayStation 2 e no PlayStation 3. Não há razão para mudar.

Por que a Sony não tornou a conexão à internet obrigatória no PlayStation 4? Estamos muito interessados em nossos consumidores em todo o mundo. Aqui nos Estados Unidos, a conexão banda larga é boa e a maioria dos jogadores consegue jogar on-line, mas a Sony é uma empresa global e sabemos que essa não é a realidade em todos os países do mundo. Desenvolvemos uma máquina para qualquer um de nossos usuários. Não temos como comparar o acesso à rede com o acesso à eletricidade.

O senhor acredita que a "guerra de consoles" será mais fácil para a Sony do que no passado? Tudo é diferente agora, porque há muitos dispositivos brigando pelo tempo do consumidor. Há bilhões de jogadores em todo o mundo e o nosso público atualmente é muito maior do que há dez anos. Há mais gerações que cresceram jogando videogame. Atualmente, jogar é uma das atividades, um dos hobbies, mais populares do mundo. Eu acho que há muito espaço para os bons dispositivos.

Por que a Sony mal citou o sensor de movimento Move ao falar do PlayStation 4? Avaliamos o desempenho do PlayStation 3 e entendemos que há muitos jogos legais para usar sensores de movimento. Porém, o jogador hardcore prefere o joystick, o controle tradicional. Eles querem jogos de tiro em primeira pessoa, games de esportes e não estão tão interessados em títulos que explorem os sensores de movimento. Ofereceremos o recurso, mas não vamos obrigar todos os jogadores a adquirir a câmera. O PS4 permitirá aos jogadores fazer suas próprias escolhas. Quem quiser jogar on-line, poderá jogar on-line, quem quiser usar sensores de movimento, poderá usar os sensores de movimento. Não vamos obrigar os consumidores a fazer nada.

Os gráficos já não são os grandes diferenciais nos jogos da nova geração. A comunidade, no entanto, é cada vez mais importante. O próprio PlayStation 4 oferece muitos recursos para engajar a comunidade, como ferramentas de compartilhamento. Como a Sony descobriu que essa seria uma tendência entre jogadores? Se você olhar um jogo rodando em um console atual e em um da nova geração, certamente identificará diferenças relevantes em termos de gráfico. Não concordo que os gráficos já não façam tanta diferença. Eu acredito que quanto mais realista for o game, mas imersiva será a experiência do jogador. Em relação à comunidade, sabemos que os jogadores são indivíduos muito sociais. Eles gostam de compartilhar experiências e de trocar informações sobre um título. E por isso foi muito importante para a Sony simplificar esse processo através de comunidades sociais e facilitando a conexão entre amigos reais. Estamos muito focados nisso no PlayStation 4. Os recursos sociais são a chave para completar a experiência do jogador no novo console.

Por que a Sony decidiu dar espaço aos "indie games" no PlayStation 4? A Sony é uma marca tradicional conhecida em todo o mundo, mas a marca PlayStation tem um perfil diferente. Trata-se de uma divisão voltada ao entretenimento. Ela é voltada aos consumidores que amam música, cinema, games. O público-alvo é jovem. É por isso que faz sentido dar espaço aos jogos independentes na nossa plataforma. É o que o público procura.

Fonte: Veja/Abril

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